terça-feira, 30 de agosto de 2016

O julgamento vingativo


Dilma mexeu no esquema de corrupção em Furnas, onde Eduardo Cunha era um dos líderes da célula criminosa (segundo Janot). Depois Dilma negou-se a defendê-lo no processo de cassação.

Eduardo Cunha usou o ódio que várias classes têm do governo populista para buscar uma forma de devolver o que sofreu. Nenhuma citação do nome de Dilma, nenhum ato pessoal contra o país, nenhuma conta no exterior, nada de enriquecimento ilícito.

Mas eles buscaram tanto que acharam: uma brecha na lei. A combinação de uma lei de 1950, com a Constituição Federal mais duas leis e os decretos presidenciais culminavam exatamente na única chance que teriam: era possível haver duas interpretações dos mesmos fatos, com as mesmas leis. Sendo assim, convencidos de que uma interpretação dava base jurídica para o processo de impedimento, bastava acertar com os senhores votantes, garantir-lhes vida política longa e, de quebra, levar o aplauso da população. População essa que sempre foi o objeto precioso em casa passo: uma parte precisa continuar mandando e a outra, continuar obedecendo.

Foi orquestrado com o TCU, que nunca havia rejeitado uma "pedalada fiscal" e o fez ao mudar sua interpretação depois do fato. O PMDB retirou-se da base do governo para comandar o país, novamente, a serviço dos sanguessugas de sempre. O PMDB apóia o lado "vencedor" desde 1964.

Com todos os elementos e porque 1,7 bilhão de reais não estava no seu lugar, está consumado. A história já transformou algozes em heróis, mas não para sempre. Essa é uma boa hora para acreditar que a consciência não morre com o corpo.

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