sexta-feira, 31 de março de 2017

Dualismo eterno em nossa mente

Por que a convivência precisa ser um duelo entre tudo que é certo (minhas opiniões) e tudo o que é errado (todas as outras opiniões)?

Podemos aprender que o desenvolvimento da sociedade se deve à pluralidade de ideias e que aceitar mudanças nas nossas opiniões nos faz crescer juntos.

Viver em dois grupos sempre disjuntos, cada um brigando para mandar no outro não contribui para o futuro. O que dirão nossos filhos sobre a nossa incapacidade de avaliar as verdades nas falas dos outros? A quem interessa o fato de a população estar sempre pronta para combater a si mesma?

terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

O Papa perseguido


Cartazes espalhados por Roma contra o Papa Francisco. Cardeais conhecidos como "guardiões da sã doutrina católica", acusam o Papa de agir contra a fé.

O Papa do fim do mundo não é respeitado como seus antecessores. Padres, bispos e leigos que defendiam todas as palavras de São João Paulo II e Bento XVI, agora relevam as palavras de Francisco.

O Papa dos pobres incomoda. Incomoda porque observa quem usa o dinheiro da caridade para ter mais do que o necessário. Incomoda porque diz que as casas de congregações não são hotéis, e que devem acolher sem-tetos. Incomoda porque sonha com as primeiras comunidades cristãs.

O Papa não é reconhecido entre os seus. E isso mostra o tamanho da sua profecia. E em tempos de retrocessos sociais, Francisco faz ecoar a esperança.

sábado, 14 de janeiro de 2017

Dançaí, Negro Nagô!

Eram retirados de sua comunidade. De um dia para o outro ficavam sem família, sem amigos, moradia.
Lançados em porões gigantescos de navios, juntamente com centenas de outros irmãos, também sem família, sem amigos, que falavam dialetos diferentes.
Viajavam por mais de um mês em condições inimagináveis.
Quando não sobreviviam, ou quando estavam doentes, eram jogados no mar, descartados como lixo.



Chegando em "terra" firme, o pesadelo estava apenas começando. Viveriam a vida inteira submetidos a outros, que jamais aceitariam ser chamados de irmãos.
Eram aprisionados, mais uma vez.
Ou trabalhavam, ou morriam.

Mesmo trabalhando, eram massacrados psicologicamente, fisicamente.
E, com tudo isso, o que eles faziam antes de dormir? Cantavam. Dançavam. Deitavam e rolavam. Sonhavam acordados com sua Terra mãe. Reuniam-se. Alimentavam a esperança juntos. Resistiam e buscavam libertar-se.
O amor se fazia presente.

Eram negros cantadores. Encantadores. De inúmeras etnias. Uma delas é a Nagô.
Ainda hoje, inúmeras vezes são tratados da mesma maneira que há 229 anos. Ainda hoje encontram forças para resistir e cantar. E os atuais senhores de engenho continuam se fechando na casa grande, morrendo de medo dos Quilombos, acreditando que não têm nada a ver com a história.