quarta-feira, 15 de julho de 2015

A Igreja do século XXI




É possível perceber a incoerência de muitos católicos, ao analisarmos dois pontos:

1- O Concílio Vaticano II é irreversível. Foi o maior passo que a Igreja católica deu em apenas 5 anos, com exceção dos 5 primeiros anos de sua existência. É inadequado viver um catolicismo pré-conciliar, como se viva até a década de 1950. O concílio produziu a Constituição Dogmática Lumen Gentium, que fala da instituição Igreja e da mudança que se fazia necessária quanto à forma de se fazer igreja. Já não mais teríamos uma igreja piramidal, onde só o Clero tem voz e direito de fazer a igreja acontecer, mas uma igreja ministerial, circular, onde TODOS têm a mesma importância, desde a criança da catequese, até o PAPA. E mais que isso: quanto maior a responsabilidade, maior deve ser a doação, o serviço para com os outros.

2- O que o PAPA Francisco tem feito, desde sua eleição, é colocar em prática o que está no papel desde esse Concílio. Muitos passos, que deveriam ter se iniciado em 1965, ainda não foram dados, dentre eles a prática da Igreja Ministerial. A própria doutrina social da Igreja está longe de ser entendida por esses católicos.

O que temos visto é um movimento de negação dos princípios sociais da fé cristã, que claramente são evangélicos. Vemos pessoas convictas de que a missa deve ser em Latim, com o padre de costas para a comunidade, com pessoas de véu, comungando de joelhos. E, mais do que isso, pessoas que acreditam na igreja piramidal, onde não há espaço para o protagonismo laical, nem mudanças nos hábitos do clero. 

São essas pessoas que criticam, arduamente, as posturas, opiniões e ações do Papa Francisco. Porque ele esqueceu o poder, o dinheiro, as roupas de ouro, de príncipes medievais, para viver do Evangelho, para os marginalizados e contra a sociedade especulativa que mantém  fome de quase um bilhão de pessoas, para continuar lucrando com isso.

Não veem, essas pessoas, que o objetivo do Papa é muito maior do que uma briga capitalismo x socialismo? Não percebem que o que está em jogo não é o ego, o orgulho, dessa ou daquela posição ideológica, mas sim a vida dos pobres, a vida dos outros semelhantes a Deus?

A política de Francisco é a compaixão e o olhar para o coração das pessoas. Já a política dos que o criticam e chegam a pedir por sua morte, é o amor ao poder, ou ao dinheiro.

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