domingo, 21 de agosto de 2016

O legado da Rio 2016



As Olimpíadas estão terminando neste dia 21. Segunda, todos os programas de esportes, inclusive os da TV fechada que duram de 3 a 4h, voltarão a noticiar apenas o futebol masculino.

A verdade é que a TV não tem a menor intenção de veicular a imagem de Rafaela Silva, da Cidade de Deus, do Instituto Reação, nem da Boa Vista de São Caetano, em Salvador, com Robson Conceição mudando a história do bairro, nem Isaquias Queiroz exaltando a presença negra nos pódios, nem a força das mulheres, que nem clube têm, e defendem a seleção de futebol como o fizeram na Rio 2016 e tantos outros exemplos, que são de superação, mas infelizmente são de exceções.

E é a existência dessas exceções que confirma a regra que transformar a periferia, para que não precisemos sair dela, só faz parte das ações de quem batalha todos os dias para sobreviver, ou de quem conseguiu sair da curva.

A TV não vai nos lembrar que esses e muitos outros atletas (desde a classificação estadual até o ranking mundial) ganham bolsas entre R$390,00 e R$15.000,00 por mês, além do salário de R$3.200,00 numa parceria entre Ministério dos Esportes e Ministério da Defesa para atletas de alto nível.

Segunda-feira, as escolas públicas irão continuar sem incentivo à prática dos esportes, sem materiais, porque o dinheiro nem chega. Segunda-feira, a magia contagiante da prática esportiva, o entusiasmo, a torcida ímpar, a mudança que necessitamos há tanto, estarão no passado.

Porém há a chance de fazer esse presente perdurar, porque ainda não acabou. Ainda há a chance de motivar crianças, de procurar projetos sociais, academias, escolas específicas, e que essas instituições se espalhem pelo Brasil, e matricular nossos filhos, sobrinhos, afilhados, onde eles e elas quiserem se aventurar.

E assim, talvez aprenderemos a nunca desistir dos sonhos de uma criança.

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