quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

O Desenvolvimento que não deveríamos ter

Se algum dia um(a) grande empresário(a) do ramo elétrico, ou eletrônico, admitir que, desde a década de 1930, os produtos são fabricados com a intenção de que se tornem obsoletos e forcem os consumidores a comprarem de novo, com o intuito de manter a fabricação num ritmo delirante, ele(a) dirá que foi necessário para o desenvolvimento da civilização. Jamais irão dizer que o objetivo sempre foi e é um lucro cada vez maior.

Poderíamos ter parado de trocar lâmpadas na década de 1920. Bastaria comprar uma para cada cômodo e, se ninguém a quebrasse, não queimaria. Há uma lâmpada acesa nos EUA desde 1904. Poderíamos ter parado de trocar de geladeiras na década de 1970 (os modelos produzidos na Alemanha Oriental até hoje funcionam, e com a mesma lâmpada que saíram de fábrica). Poderíamos evitar centenas de milhões de toneladas de lixo elétrico e eletrônico que são produzidos todos os anos e jogados no mar. Ainda teríamos em casa, a primeira TV que a família comprou, o primeiro aparelho de som, etc. Com certeza ainda não haveria computador de mesa em nossas casas, muito menos Smartphones. Estaríamos vivendo como se vivia no final da década de 1960.

Nesse ponto, precisamos nos perguntar: vale a pena estar vivendo no ciclo de no máximo 3 anos para os aparelhos, ou seria melhor ter escolhido a durabilidade?

Bom, se não houver motivos, além de dinheiro, para apostar na primeira, ninguém estaria reclamando se vivesse na segunda.

O primeiro motivo apresentado é o desenvolvimento da tecnologia, consequentemente a melhoria na qualidade de vida da população mundial, pois se não houvesse a explosão de criações, investimentos, ciclos curtos, a medicina também não teria se desenvolvido. Esse argumento era muito válido, até pouco tempo. Por hora, podemos dizer que não é motivo, porque a Organização Mundial de Saúde anunciou que, pela primeira vez na história, a atual geração pode ter expectativa de vida menor do que a dos seus pais. Ou seja, quem nasceu entre 1960 e 1980 viverá mais do que quem nasceu depois. E esse cenário não deve mudar tão cedo. Nossos avós fazem parte da última geração que não teve problema com a obesidade. Nossos pais, por outro lado, enfrentam o aumento de peso que gera obesidade após os 50 anos, pela primeira vez na história. Nós já fracassamos na missão de viver mais e melhor. Infelizmente, essa missão não durou nem 100 anos.

Outro argumento se sustenta na ambição do Homem em acreditar que, havendo outras formas de vida inteligente em algum, ou alguns, lugar(es) do Universo, ou em um dos Universos possíveis, Ele precisa ser o mais inteligente. Os poderosos deste mundo têm tanto medo de ser escravizados por ETs, que declarariam guerra a qualquer ser que tentasse entrar da órbita terrestres. Entretanto, se esses mesmos poderosos encontrassem um mundo que ainda não descobriu as ondas eletromagnéticas, que estão no início da era glacial, provavelmente o tornaria escravo. Desde Galileu e Copérnico, o Homem deseja saber o que há em cada ponto do céu. O problema aqui é que estamos esbarrando no limite que a célula consegue sobreviver.

Assim, entre correr como loucos em direção à própria extinção e abrir mão da comunicação instantânea, da informação em tempo real, da qualidade visual, etc., parece fácil jogar toda essa tralha descartável no lixo logo.



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