quinta-feira, 7 de maio de 2015

Pena de morte para quem?


O Estado pediu, corretamente, clemência várias vezes ao governo da Indonésia, para que o brasileiro condenado por tráfico internacional de drogas não fosse morto. Afinal, no inciso XLVII do artigo 5º da constituição brasileira, está decretado que não haverá pena de morte, exceto se o país estiver em guerra declarada.

Mas os mesmos senhores que acham absurdo fuzilar alguém por porte de drogas, aceitam o fuzilamento de usuários nas comunidades carentes, aceitam o encarceramento de adolescentes e, muito pior, aceitam o uso da força policial militar para reprimir professores que manifestam-se por condições melhores de trabalho.

É muito constrangedor ter que pensar que a vida do professor vale menos, como se isso estivesse explícito na Constituição. É muito triste saber que a manifestação que contém cartazes exaltando o regime militar é tratada amigavelmente pela polícia, enquanto os professores são covardemente agredidos pela polícia, por pedir uma educação melhor.

Em qual país esses senhores governantes querem morar? O que respeita a dignidade da pessoa humana, mesmo que tenha cometido crimes, ou que tenta matar professores que sonham com um país melhor? Morar nos dois é impossível.

Como pode um governador de um estado dar a ordem para a polícia agir contra professores?

Somente quem já esteve num movimento social e pôde sentir o gosto amargo dos golpes, sejam de pessoas infiltradas, sejam da polícia, ou da mídia, sabe como é o sentimento de derrota social. É o momento que você olha para si e pergunta: quando venceremos? Quando o povo terá as condições necessárias e suficientes para verdadeiramente dizer que mora num país democrático?

A bala de borracha dói menos do que o golpe na alma. Você procura o chão para se apoiar, porque o estado se nega a dizer que o povo está certo, que o povo merece viver melhor.

Eu só me vejo fazendo uma analogia a um provérbio japonês: os professores são os únicos que não devem "se curvar" diante de outras pessoas, pois numa nação sem professores, nenhum dos outros existiriam.

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