domingo, 8 de fevereiro de 2015

Em quem o Itaú votou?

Já se vão 3 meses desde as últimas eleições, ditas por especialistas, as mais disputadas da história do Brasil. E eu concordo, porque as discussões foram além do boca-a-boca, além dos bairros. Nessas eleições, cada militante, ou cada pessoa que estava ciente do seu voto, pôde debater com muito mais pessoas, através da internet. Além das plataformas sociais, o acesso à informação aumentou o tom das discussões.

Porém, havia uma categoria de pessoas que estavam rindo à toa, o tempo inteiro: os financiadores de campanhas. Dentre eles, está o Itaú. Há muitos outros, basta procurar as prestações de conta de campanha dos candidatos. O Itaú, assim como outras empresas, doou dinheiro para Dilma, Aécio e Marina. Especificamente, R$4 milhões para Dilma, R$2 milhões par Aécio e R$2 milhões para Marina. Também doou para outros 57 candidatos, pelo Brasil. O que isso quer dizer? Que independente de quem ganhasse, o banco estaria bem resolvido.

Não podemos considerar que isso seja apenas doação casual. Afinal, em quem o Banco votou? O fato de empresas poderem financiar campanhas políticas, significa claramente que as doações serão devolvidas para a empresa, caso o(a) candidato(a) seja eleito(a). Obviamente, o dinheiro que é "devolvido" é muito maior do que o "investido". Somente os brasileiros donos dessas empresas e os candidatos que se beneficiam disso são a favor de tal jogo de poder. Duvido que os cidadãos concordem.

Nessas eleições, o Itaú doou, ao todo, R$11 milhões. Um grande investimento, para os candidatos que receberam o dinheiro. Quase nada, perto do lucro anual da empresa. Só em 2014, o Itaú lucrou R$20 bilhões. Seria como você que ganha um salário mínimo por mês doasse R$549,12 em um ano (R$45,76 por mês) e conseguisse do governo uma carta branca para realizar seus interesses.
É esse tipo de apoio que os candidatos não podem ter, porque depois, mesmo se forem honestos, acabam virando reféns de seus financiadores. Basta olharmos para quem está no alto escalão do atual governo. São eles que acabam mandando no nosso país. E não seria diferente com Aécio, ou Marina, ou qualquer outro candidato ou outra candidata que aceita tais condições. Só é possível mudar o atual cenário da política brasileira, a partir da Reforma Política de Iniciativa Popular.

As políticas sociais não vão avançar tanto quanto necessárias, enquanto empresas forem as "representantes" do povo. É preciso cortar a raiz do sistema. Já ouvimos muito, desde as manifestações de junho de 2013, que a reforma política é prioridade daqui e dali, mas ela nunca virá do parlamento. O que o povo quer, não é votado nem apreciado pela maioria dos congressistas, infelizmente. Por mais que Dilma fale em reforma política, por mais que o presidente do Senado e o presidente da Câmara falem em reforma política, a reforma só virá se for um movimento das ruas, construído e proposto pelo povo. Qualquer mudança política que não vier das ruas, será golpe disfarçado. Além disso, de manifestações sem pauta até virar Fascismo, o passo é pequeno. Falar de corrupção, sem falar em como inibir os corruptores, é estar ao lado deles. Os nosso problemas não decorrem de uma única pessoa, ou de um partido, mas sim de todo o sistema, que é alimentado e apoiado pela maioria dos partidos, pela maioria dos políticos.

Em quem o Itaú votou? Não importa. O que importa é que continuará mandando e fazendo o que quiser.

Em quem você votou? Importa, e muito. Porque é você, juntamente com todos os civis, que têm o direito de mudar no país.



Links de sites sobre a reforma política de iniciativa popular:
http://www.reformapoliticademocratica.org.br/
http://www.reformapolitica.org.br/

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