quinta-feira, 28 de março de 2013

Pastoral da Juventude e a Teologia da Libertação





Quando nós nos dizemos seguidores da Teologia da Libertação, e participar da PJ é dizer isso, nós estamos assumindo, eu diria não tudo o que é dito que é TdL, mas sua essência. E a essência da Teologia da Libertação é olhar para todos os oprimidos, perguntar-se o porquê da opressão e lutar contra o opressor, para promover a verdadeira justiça. Muitas vezes nós vamos trilhar caminhos que realmente não são de justiça verdadeira, mas devemos perceber isso no "rever" e consertar nossos atos. Quando nós dizemos "lutar contra o opressor" estamos nos referindo à luta para mudança de consciência, de valores e atitudes. É falar e fazer política contra o sistema que até a Igreja apoia, o sistema Capitalista. A Igreja não faz o que sua doutrina social diz. Os atos são de opressão para com o povo das CEBs, são de opressão contra as pastorais, são de opressão contra quem tem a ousadia de dizer "Não é assim que se deve fazer".

E os jovens são a massa de manobra muito valorosa para qualquer sistema, inclusive na igreja. São eles que manterão a igreja do amanhã com os mesmos conceitos do Império Romano (contra a reforma agrária, contra o acolhimento de todos os irmãos, a favor de "formas de amor" específicas). São esses jovens, que hoje só são chamados a colocar a mão pro céu, gritar palavras emboladas, clamar por curas exteriores e interiores e esquecerem o pobre, que passa fome, que tem fome de justiça, que devemos mostrar o verdadeiro ser Cristão. E é no choque de ideias mesmo que vamos mostrar isso. É dizendo não a esse sistema, que representaremos quem nós somos e quem é o Cristo que acreditamos.

Quem acredita na Teologia da Libertação, acredita que devemos cuidar da mãe Terra e tudo que há nela; pois tudo é divino. Quem é PJoteiro acredita que podemos, sim, viver numa sociedade perfeita. Ah! É utopia, é sonho impossível, é ingenuidade, etc. Não! Não é! Nós acreditamos que a Civilização do Amor é possível nessa Terra. Nós acreditamos que o "paraíso" será construído por nós mesmos. Mas como construí-lo? É deixando nossa essência de lado, só porque as pessoas vão se afastar? Nós devemos, sim, conversar, explicar, dizer que esse é o nosso jeito de pensar e que outros modos de pensar não excluirão as pessoas da construção da Civilização do Amor, mas que eles precisam entender e respeitar nosso modo de pensar, rezar, acreditar. Eles precisam dar o espaço (e se não derem, vamos só olhar nosso espaço sumir?), eles precisam construir junto.

Nós sempre abrimos o diálogo. Nós buscamos o conjunto. Se não há uma busca hoje, é porque há 50 anos estão virando as costas para nós, nos acusando de anti-cristo, de câncer da Igreja, etc. Se há 50 anos eles não nos ouvem, só nos denigrem, só nos difamam; o que estamos esperando para começarmos a nos mostrar claramente quem somos, para todos os cristãos?

Se não queremos fazer, ou não acreditamos no que falamos, não somos TL, nem PJ. Se só estamos no espaço porque é bom sorrir e brincar, mas não queremos nos colocar à disposição das últimas consequências, não aceitamos morrer por essa essência, não somos PJ, nem acreditamos na TL.

Eu digo por experiência própria: A Teologia da Libertação é tão sensata, tão enraizada na realidade; que os ateus (os ateus mesmo, não os neo-ateus) a consideram como uma crença sã.

Será que vamos seguir as doutrinas corrompidas pelo poder opressor?

Isso tudo precisa de luta. Precisa de revolta (no bom sentido), precisa de chicotes mesmo.

Bem vindos ao mundo que Jesus pisou e derramou todo o seu sangue por dizer e por fazer os leprosos, os doentes de cama, os samaritanos, os pecadores mais importantes do que os fariseus, os doutores da lei, os cobradores de impostos e os imperadores.

Um comentário:

  1. Amém!
    Não preciso acrescentar nem uma vírgula. Só precisamos não esquecer que não podemos perder a ternura e a serenidade, jamais.
    Força na caminhada !
    AWERÊ
    Zeh

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